Resenha - Lua Vermelha

Edição: 1

Editora: Arqueiro

ISBN: 9788580412185

Ano: 2013

Páginas: 432

Tradutor: Fernanda Abreu 

CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA ABREU

Sinopse - Lua Vermelha - Benjamin Percy

Eles vivem entre nós. São os seus vizinhos, a sua mãe, o seu namorado. Eles mudam do dia para a noite. Como toda adolescente, Claire Forrester se acha meio deslocada. Quando agentes do governo invadem sua casa e matam seus pais, ela percebe o quanto é diferente. Claire pode se transformar em uma criatura semelhante a um lobo. Ela é uma licana. Patrick Gamble entra em um avião e, horas depois, desembarca como o único sobrevivente de um ataque terrorista promovido pelos licanos. Da noite para o dia, ele vira um herói nacional: o Menino-Milagre. O governador Chase Williams jura que, se for eleito presidente, protegerá o país da ameaça que aterroriza a população. Em meio ao acirramento dos conflitos entre humanos e licanos, seu discurso intensifica a discriminação. No entanto, ele vai se tornar exatamente aquilo que prometeu destruir. Cada um a seu modo, os três estão envolvidos em uma guerra que tem sido controlada com leis, violência e drogas. Mas uma rebelião está prestes a estourar, provocando mortes e destruição e entrelaçando seus destinos para sempre. Com a chegada da noite da lua vermelha, o mundo se tornará irreconhecível. A batalha pela sobrevivência da humanidade irá começar.

         Lua Vermelha conta a história de vários personagens diferentes que em dado momento da história irão de encontrar de um jeito ou de outro. 

           Primeiramente temos a história de Claire Forrester que tem sua casa invadida por agentes do governo e seus pais assassinados. Quando isso ocorre Claire foge, ela não para de correr até tentar se sentir segura, ela vai atrás de sua tia Miriam, que também esta passando por momentos difíceis. Ela precisa descobrir um pouco mais sobre o que ela é, uma licana, é claro que seus pais lhe contaram tudo, sobre como ela pode se transformar em lobo, mas tem certas coisas que ela não foi capaz de compreender ou de vivenciar. Tudo que ela precisa agora é encontrar sua tia e tentar se manter viva. 

           Somos também apresentados a história de Patrick, seu pai acaba de se inscrever nas forças armadas e ele agora precisará morar com a mãe. No meio da viagem o avião em que Patrick esta sobre um atentado licano, todos morrem exceto ele que passa a ser conhecido agora como o menino milagre. Ele começa uma nova vida em um lugar totalmente diferente, tentando entender toda essa coisa de licanos e o porque de seu pai ter resolvido ir embora. 

              Outro personagem é o governador Chase Willians, um cara extremamente popular, candidato a presidente com a grande promessa de proteger a população das ameaças licanas que tanto aterrorizam a população. Mas um acontecimento inesperado poderá atrapalhar os planos de Chase. 

          Ambos personagens são de certa forma afetados pelos conflitos entre humanos e licanos. Famílias serão destruídas, ideais serão modificados e tudo aquilo que um dia eles planejaram serão ofuscados por um mar de sangue, por uma guerra maldita que assolará o país. 

              Em Lua Vermelha Benjamim Percy nos mostra um enredo fantástico com seres originais, não só lobisomens comuns, que se transformam na lua cheia, ou seres cheios de características bizarras, mas algo diferente, para não dizer mais adequados e reais. São seres que lutam contra o preconceito de serem excluídos e crucificados por uma sociedade que não entende o que é ser diferente. E justamente por sofrerem com isso os licanos se transformam em uma espécie de revoltosos, de terroristas tentando impor uma sociedade mais igualitária. 

            Triste é ver que nenhum dos lados consegue chegar a um acordo. Sei que o livro é uma ficção, mas odeio ter que presenciar tanto derramamento de sangue, tanta gente se matando por fome, ou por necessidades básicas, acho tudo isso meio bizarro, insano e perturbador. 

          Algo que me agradou bastante no livro, é que apesar de não curtir narrativas intercaladas entre os diversos personagens, isso ficou algo harmonioso por aqui. Principalmente o fato de todos estarem ligados de alguma forma, gostei do modo em que Percy faz todos se encontrarem. 

         O meu principal alvo de críticas nesse livro é o ponto que, há certos personagens que não conseguem convencer, não passam a devida mensagem de tentar envolver e trazer o leitor para dentro da história. E senti isso principalmente em Chase e digo logo, as partes em que ele aparece foram as que eu detestei, durante sua narrativa eu senti que o livro se arrastava por séculos. Ele conseguiu ser chato e tedioso em todas as passagens. 

         O prêmio de melhor personagem com certeza vai para Claire e toda sua garra. A jovem conseguiu me pegar de jeito e confesso que ansiava para chegar nas partes narradas por ela. Amei o fato dela não desistir fácil das coisas e correr atrás de seus objetivos. Miriam também não fica atrás, que mulher guerreira gente. Patrick é um super fofo, mas algumas de suas atitudes me deixavam um pouco nervosas, sem saber o que esperar e desejando que ele mudasse totalmente seus planos. 

              Acabou que o final ficou um pouco sem gracinha, não digo que foi previsível, porque não foi. Mas foi sem graça apenas e deixou margem para uma continuação que promete bastante. A diagramação ficou bem confortável e a revisão da editora Arqueiro como sempre impecável.