Resenha: Pacto Secreto - Eliane Quintella

Edição: 1
Editora: Novo Século
ISBN: 9788576794240
Ano: 2011
Páginas: 357

Sinopse: Três regras haviam sido reveladas à Valentina. Mas, ela não sabia se existiriam outras regras que teriam sido ocultadas. Tinha certo em seu coração que precisava ter seu pedido atendido. Era o que havia de mais importante. Precisava decidir se assinaria ou não o pacto. É a pergunta que não se cala. Será que Valentina deveria assinar o pacto sem ter certeza do que estava em jogo? O que realmente assumiria se assinasse? E você, assinaria o pacto? Em troca, teria o que pedisse. Poderia ser qualquer coisa... 

Em Pacto Secreto, livro de estréia da autora nacional Eliane Quintella, conhecemos Valentina, mais conhecida como Tina, uma mulher de 28 anos, rica, bonita, inteligente e bem sucedida nos negócios da família. Logo nas primeiras páginas, vemos que Tina não está feliz, um acidente deixou sua irmã gêmea tetraplégica e Tina se culpa pelo ocorrido. Depois de muito tempo no desespero de pedir a Deus e ao diabo uma saída, ela finalmente tem seu pedido atendido: o diabo manda um enviado para fazer um pacto com ela, mas as regras são poucas e muito mal explicadas, Tina terá que ser mais inteligente que o diabo se quiser seu pedido atendido e descobrir o que ele quer com ela.

"Havia vários enviados trabalhando juntos para a execução de um plano que envolvia de alguma forma meu aliciamento. Não imaginava o motivo de eu parecer tão importante para o diabo ou qualquer que fosse o nome que eles queriam dar a ele. Que serviços eu poderia oferecer? O que o diabo poderia querer de mim para se dar todo esse trabalho? Eu pensava, mas não conseguia encontrar a resposta. E, de repente, parei de pensar. Era como se estivesse em transe."

Eu queria muito ler este livro desde o lançamento, não me arrependo da leitura, mas o enredo me decepcionou muito! Pela sinopse, ficamos imaginando diversas histórias que poderiam derivar dali, e a história que a autora escreveu, sem dúvida é muito boa, mas a narrativa, revisão e alguns pontos do enredo mesmo, ficaram fracos diante da promessa da sinopse. Me senti diversas vezes tentada a largar o livro, mas persisti na leitura porque queria muito saber o que aconteceria no final, e juro: não foi grande coisa.

Infelizmente o excesso de "carinho" na narrativa me deixou doida de raiva, NINGUÉM fala assim, por mais que seja parente, amigo, uma pessoa especial, em cada diálogo, as palavras "filhinha, irmã, querida, amiga" e diversas outras, deixaram a história pouco crível. A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista de Tina, mas no final, ha tbm alguns capítulos narrados por Sara, sua irmã gêmea. Gostei mais da narrativa da Sara, ela é mais sentimental e pelo seu estado físico, sua narrativa ficou mais aceitável. Tina se acha muito. Ela ama sua família e quer o bem dela a todo custo, mas depois de um certo tempo, tudo ficou muito repetitivo e enjoativo.

O que eu mais gostei no livro, foi a pesquisa que a autora fez sobre pactos demoníacos e tetraplegia. Há, até, uma descrição rápida do filme Constantine, e uma cena bem parecida no final! Infelizmente, o livro tinha tudo para ser muito bom, mas não consegui me envolver com a história, algumas partes pareceram para mim, como se eu estivesse lendo um livro espírita - não que eu não goste deste gênero, eu até gosto, quando sei que o assunto é isso, mas aqui, neste livro, ficou desfocado e sem serventia. Outra coisa que me deixou perturbada, foi que de repente, todos a volta de Tina tinham algum pacto com o diabo. Enquanto ela era leiga neste assunto, não percebia, depois que começou a pesquisar, descobriu diversas pessoas, inclusive em sua família, que já eram pactados com o coisa ruim... e todos queriam muito a alma de Tina.

A capa também não é uma das melhores, acho que a editora pecou neste volume, principalmente com os erros de revisão. As folhas são brancas com letras em um tamanho confortável que ajudam na leitura.
Enfim, eu não gostei muito, mas indico para quem tiver interesse em ler, tirar suas próprias conclusões!

"... E, para completar, você conduziu sua irmã para o acidente, como se fosse uma de nós. Isso até nos espantou, sua genuína colaboração. Você já faz parte do time, só falta mesmo formalizar assinando o contrato."