Resenha - O Filho da Feiticeira - Kelly Barnhill

2 de setembro de 2016

Edição: 1
Editora: Galera Junior
ISBN: 9788501105219
Ano: 2016
Páginas: 308

Para leitores de fantasia, “O filho da feiticeira” traz a típica jornada do herói. De um menino desvalorizado em sua aldeia até a única esperança de todo o seu mundo, Ned já se acostumou ao seu apelido: o garoto errado. Desde que nasceram, foi sempre o irmão gêmeo, Tam, a estrela da aldeia; o mais habilidoso e querido. Quando decidem construir uma balsa para encontrar o mar, um plano que sai pela culatra, Ned se torna mais que o garoto errado: se torna o único. Agora, Ned é visto como um pária. No entanto, numa reviravolta, ele se transforma no único capaz de impedir que a magia caia nas mãos do ambicioso Rei dos Bandidos. E, para isso, arruma uma insuspeita aliada: Áine, a filha do ladrão. E eles terão de aprender a confiar um no outro se quiserem impedir uma guerra entre dois reinos há muito separados...

Quando crianças, Ned e seu irmão, Tam, caíram no Grande Rio e seu pai tentou salvá-los, mas só conseguiu salvar um. O garoto certo ou o garoto errado? Tam, o mais habilidoso e querido, ou Ned, a sombra de Tam? Apenas Ned se salvou.

Desde sempre foi assim; todos amavam Tam e preferiam não se envolver com Ned, mas, com a morte de Tam, Ned não era apenas o garoto errado, era o único. E a mãe deles, a Irmã Feiticeira, não estava preparada para perdê-los. Guardiã de uma pequena parcela da magia que deixou o mundo há muitos anos, a Feiticeira costura a alma do garoto certo à do garoto errado, que, mesmo salvo do Rio, estava à beira da morte, garantindo assim a sobrevivência de Ned e, em certo grau, de Tam.

Mas toda magia tem um preço e desde então nada foi mais a mesma coisa; o pai de Ned não o olha mais, lembrando do filho que perdeu, e o ato de sua mãe o mudou... Ned não consegue ler e mal consegue falar, então simplesmente não fala. E as coisas ficam assim por bastante tempo.

Tudo muda quando, numa reviravolta, o Rei dos Bandidos decide se apossar da magia e Ned é o único capaz de impedir que ele a obtenha. Mesmo sabendo que a magia é perigosa e tem consequências, Ned a liberta do seu jarro de barro e deixa que ela se una a seu corpo. Mas como poderia um garoto gago impedir o Rei dos Bandidos e seus planos, salvando assim não apenas a si mesmo e sua família, mas a seus novos amigos e ao seu país? 

Encontrando aliados quando menos esperava, Ned entra numa aventura através de uma floresta mágica e por meio de histórias que transcendem o seu tempo, descobrindo não apenas o mundo, mas a si mesmo.

– Ele salvou o errado. O garoto errado sobreviveu.

O Filho da Feiticeira, como a própria sinopse diz, traz a típica jornada do herói. E, acho, não teria método melhor para o desenvolvimento desse livro. Eu já li outro livro da Kelly Barnhill há mais ou menos um ano e, mesmo que tenha sido bom, não conseguiu me conquistar como O Filho da Feiticeira me conquistou.

A trama cumpre o que promete: Ned começa como um pária e durante o decorrer da trama, ele amadurece. Eu fiquei simplesmente encantado com o desenvolvimento do personagem e seu crescimento na história, como aos poucos ele vai entendendo aquele mundo ao qual ele sempre temeu e vai se acostumando a ele, fazendo cada vez mais parte dele. Isso foi realmente maravilhoso.

E assim Ned cresceu. O garoto errado, dizia a aldeia. O garoto errado, dizia o mundo. Ano após ano. E Ned acreditou.

Como todos sabem, o livro é um infanto juvenil, então não é para se esperar um livro fodástico que vai mudar sua vida. Li algumas outras resenhas do livro e realmente não entendi o porquê das 3 estrelas que todos estavam dando. Como um A P A I X O N A D O por literatura infanto juvenil, eu achei O Filho da Feiticeira mais que incrível, mas não só como livro infantil. A autora, mesmo usando a tão conhecida jornada do herói, traz um mundo completamente novo, uma história incrivelmente bem desenvolvida, com uma trama maravilhosa e personagens cativantes. Eu amei o enredo do livro, o universo, a magia, a história daquela sociedade... De verdade, Kelly me conquistou mesmo com esse livro.

A única coisa que tenho a ressaltar é o desenvolvimento um tanto lento no meio do livro, mas só isso. Eu me apaixonei pela história no começo do livro e o final foi simplesmente perfeito, tanto que essa pequena parte com ritmo menos acelerado não se tornou tão ruim no fim das contas. Entende? 

Em suma, é um livro maravilhoso. Cheio de lições para quem souber encontrar, o livro também é repleto de aventuras e magia. Não é a toa que foi eleito livro do ano pelo Publishers Weekly. Com certeza entrou para os favoritos <3


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