Resenha - Abominação - Gary Whitta

18 de setembro de 2017


Ano: 2017 / Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Darkside Books

A era medieval é muito mais conhecida por seus mistérios do que por seus registros históricos. Talvez seja melhor assim. Há quem acredite que estaremos mais seguros enquanto não soubermos de toda a verdade. Mas quem disse que as lendas não podem ser mais reais do que você imagina? Abominação reconta um dos capítulos mais sangrentos da história da Inglaterra: as invasões vikings do século IX. Apresentando personagens e batalhas reais, sua narrativa vai muito além do que poderíamos encontrar nos livros de história. Com influências de Lovecraft a Game of Thrones, vem sendo recebido mundo afora como um novo clássico para fãs do gênero. / O reino de Wessex foi o único da Inglaterra que escapou dos invasores nórdicos. Seu rei, Alfredo, negocia um acordo com os bárbaros do Mar do Norte, mesmo sabendo que eles não são adeptos da paz. É preciso estar preparado, a guerra pode recomeçar a qualquer momento. O arcebispo da Cantuária oferece proteção ao reino, através de feitiços descobertos por ele em velhos pergaminhos. O rei só não poderia imaginar que a magia seria ainda mais perigosa que os próprios vikings.

Ambientado na Inglaterra medieval, período repleto de mistérios e pouquíssimos registros históricos, durante a invasão viking, Abominação nos apresenta uma trama cheia de sangue e magia, perfeita para os fãs de fantasia. 

Para proteger o reino contra os nórdicos, o rei Alfredo faz um acordo com o líder dos bárbaros e, por um tempo, tudo parece bem, mas ele sabe que os nórdicos não são adeptos à paz e que essa frágil trégua pode acabar num piscar de olhos. Nesse meio tempo, o arcebispo da Cantuária descobre pergaminhos antigos repletos de feitiços e percebe que tem em mãos algo que pode acabar de vez com os nórdicos. Então, com permissão de Alfredo, ele começa a trabalhar.

"Por nascimento, nenhum homem é maior que outro. Apenas pelos atos."

Os feitiços de Althered, o arcebispo, transformam animais em monstros horríveis, capazes de destroçar dezenas de homens num piscar de olhos, mas os monstros se mostram impossíveis de controlar e Althered está cada vez mais decidido a conseguir controlá-los, o que faz Alfredo começar a se questionar se fez certo ao autorizar aquilo. Talvez a magia seja mais perigosa que os vikings.



O livro é dividido em duas partes; a primeira narra as descobertas de Althered e as consequências disso, e a segunda se passa 15 anos depois, pelo o ponto de vista de Wulfric, um antigo amigo de Alfredo, e Indra, uma jovem guerreira, vivendo sob o desfecho da primeira parte. A primeira parte é a menor, mas é a que traz mais acontecimentos e tem um ritmo de leitura mais acelerado... Já na segunda parte, esse ritmo cai um pouco pela monotonia no começo, mas próximo ao final volta com tudo.

Eu amei a escrita do Gary; ela é ao mesmo tempo densa e fluída... ela consegue trazer tudo que é importante para a trama, fazer bem a ambientação e, ao mesmo tempo, não ser uma leitura cansativa, que é comum na literatura de fantasia. Não sei se por eu estar acostumado a isso, mas não achei o livro tão gore quanto poderia ser, apesar de ter tudo bem descrito.

"A verdadeira coragem não era a ausência do medo, mas fazer o que precisava ser feito na presença não raro paralisante dele."

Gostei bastante também dos personagens, mesmo eles não sendo tão bem trabalhados... Eles não têm personalidades marcantes, nem são muito complexos, mas cumprem bem seus papéis no enredo e não cheguei a odiar nenhum.

E o enredo é maravilhoso! Eu fiquei muito surpreso com os caminhos que a história tomou, apesar de algumas coisas terem sido previsíveis, e achei a história muito criativa... com certeza, nunca tinha lido nada do tipo. E eu amo histórias que se passam nesse período medieval e que tem um pouco de embasamento histórico, e Gary conseguiu mesclar muito bem a realidade com a ficção.

"Até mesmo os guerreiros mais festejados eram tão mortais como qualquer outro."

O que me deixou um pouco chateado, e acho justo comentar aqui para evitar que você, leitor, sinta o mesmo, foi a falsa promessa de uma fantasia viking Sim, tem vikings na história, mas acho que nem em segundo plano eles estão... Eles nem aparecem! O envolvimento deles na história acaba no tratado de paz, e eu fiquei muito chateado com isso, pois esperava uma história decididamente VIKING.

Mas, tirando isso, é um livro incrível; um prato cheio para os fãs de fantasia e histórias cheias de ação e sangue. Poderia melhorar em algumas coisa, mas ainda assim adorei a leitura e com certeza aguardarei por mais livros do autor.

E nem falo nada da edição linda da Darkside, né? Super bem caprichada, em capa dura (capa linda, a propósito) e cheia de sangue. Um dos livros mais bonitos da editora!






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2 comentários

  1. Gostei da resenha! O livro parece ser interessante.

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  2. Gostei da resenha, mas não sei se iria gostar desse tipo de livro. Pode ser que dê chance pra ele em algum momento.
    Achei apavorante essa capa kkk
    Beijos

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