Resenha - O Livro do Cemitério (O Livro do Cemitério #1 - Edição HQ) - Neil Gaiman e P. Craig Russell

12 de janeiro de 2018


Ano: 2017 / Páginas: 192
Idioma: português
Editora: Rocco Jovens Leitores

Sinopse: Bestseller do The New York Times e premiado com as medalhas Newbery (EUA) e Carnegie (Reino Unido), o romance O livro do cemitério, do cultuado escritor Neil Gaiman, ganha versão em quadrinhos adaptada por P. Craig Russell, parceiro de Gaiman em diversos livros, incluindo a versão em HQ de outro clássico do autor, Coraline. O livro é o primeiro de dois volumes que acompanham a trajetória de Ninguém Owens, ou Nin, um garoto como outro qualquer, exceto pelo fato de morar em um cemitério e ser criado por fantasmas. Cada capítulo nesta adaptação de Russell acompanha dois anos da vida do menino e é ilustrado por um artista diferente, apresentando uma variedade fascinante de estilos que dão ainda mais vida à atmosfera ao mesmo tempo afetuosa e sombria da história.

Este foi meu primeiro contato com alguma obra do autor Neil Gaiman. Tinha muita vontade de ler algo dele e acredite, até tenho alguma coisa dele na minha estante, mas a oportunidade só chegou mesmo quando solicitei O Livro do Cemitério para resenha.
"O cemitério normalmente não é democrático: no entanto, a morte é a grande democracia e cada um dos mortos tinha voz e uma opinião se a criança viva podia ficar".
Por se tratar de uma HQ, a leitura fluiu sem problemas e até fiquei curiosa em algumas partes, mas creio que o livro mesmo - porque este HQ foi adaptado de um livro romance - seja muito mais tentador e gostoso de ler.
Mesmo assim, não posso deixar de dizer que me encantei pela obra. A HQ está linda demais e as ilustrações, belíssimas e condizentes com toda a história.


Logo no começo descobrimos como Ninguém Owens foi parar no cemitério onde é criado por fantasmas e pelo zelador, Silas. No cemitério, só Nin está vivo, todos os demais habitantes estão mortos. Nin tem a liberdade do cemitério e só ali deve ficar. Silas, que é o único que pode sair do cemitério, trás alimento para ele e conta algumas coisas sobre o mundo lá fora. Nin cresce conhecendo e aprendendo de tudo com os fantasmas que ali residem, inclusive um túmulo onde vozes clamam pela volta do Executor.
"É só a morte. Quer dizer todos os meus melhores amigos estão mortos. - Sim, estão. E eles, na maior parte, acabaram para o mundo. Você não. Você está vivo, Nin. Isso quer dizer que tem potencial infinito. Para fazer qualquer coisa, construir qualquer coisa, sonhar qualquer coisa. Se mudar o mundo, o mundo mudará. Potencial. Depois que estiver morto, acabou. Foi-se."
A história é gostosa e trata a morte com doçura e simplicidade. Cada capítulo acompanha dois anos da vida de Nin. Vamos conhecendo-o e vendo-o se tornar um garoto inteligente, imperativo e muito curioso. Este é o primeiro volume de dois e fiquei bem curiosa para conferir o restante da trama.

Para uma primeira vez, acredito que Gaiman tenha me conquistado com a sutileza e leveza que enredou a história de um menino órfão criado por fantasmas em um cemitério. O que poderia ser um livro de terror/horror, acabou se tornando um livro com personagens cativantes em um cenário fantástico que brinca com a realidade.
"Você é um ignorante, neném — disse a srta. Lupescu. — Isso é péssimo. E você está satisfeito em ser ignorante, o que é pior ainda. Repita comigo, existem os vivos e os mortos, existem as criaturas do dia e as da noite, existem ghouls e andarilhos da névoa, existem os caçadores das alturas e os sabujos de Deus. E também os tipos solitários."
Como um todo, o livro me encantou e despertou a criança que havia muito, estava adormecida em mim. Nin é um personagem que logo vira seu amigo e te leva para suas aventuras. Infelizmente achei algumas partes corridas, sem aprofundamento; acredito que seja por se tratar de uma HQ e como não estou acostumada com esse tipo de leitura, não posso dizer que não gostei, apenas que me incomodou um pouco. Claro que vou querer ler o próximo volume e descobrir como essa história acaba. Nin ganhou meu coração com sua simplicidade e Gaiman me conquistou com seus questionamentos sobre estar morto e mesmo assim querer ser vivo.





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3 comentários

  1. aaaaaaaaaaaaa q delicia...ja esta esta na lista dos desejados.

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  2. Nunca tive tive contato com HQs, então já estou acrescentando na minha listinha. Acredito ser um bom começo.

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